Aos vinte e seis dias do mês de Junho de dois mil e doze, pelas dezoito horas e quinze minutos, teve lugar, no Convento de Cristo, em Tomar, o I Capitulo Ritual de 2012 da Comenda de Tomar do Grande Priorado de Portugal da Ordo Supremus Militaris Templi Hierosolymitan,i que foi precedido de uma visita à Igreja de Santa Maria do Olivar em Tomar, mandada construir pelo cavaleiro Gualdim Pais no século XIII para servir de panteão da Ordem Templária, a pequena igreja gótica terá sido um lugar de grande importância para os Templários em Portugal, realizando-se ali rituais fúnebres e muito provavelmente rituais iniciáticos dos Templários.
Está subordinada ao Grande Priorado de Portugal, na linha hierárquica da OSMTH e é nessa esfera jurisdicional que desenvolve a sua atividade que consiste em:
- Representação templária em Tomar.
- Perpetuar a través do estudo, testemunho e recuperação das tradições da honra, ideiais e da tradição espiritual das ordens de Cavalaria adaptando aos nosso dias os preceitos da Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, a Ordem Templária medieval;
- Defender os valores do conhecimento e tradição com base na integridade e beneficiência, promovendo a aproximação ecuménica à unidade Cristã de todos os credos do mundo;
- Prestar assistência a instituições sociais credíveis; ajudar os carenciados e desprotegidos, inocentes e perseguidos;
- Cooperar com outras entidades que partilhem os mesmos princípios do GPP – OSMTH;
Histórico de Comendadores da Comenda de Tomar
1 Joaquim Reis
2 Sidónio Domingues
3 Hélder Dias
4 Fernando Castelo Branco
5 Nascimento Costa
6 Ana Silva
7 Adelino Gomes
Descrição Heráldica
Armas:
- Escudo esquartelado: primeiro de prata, uma Cruz do Templo; segundo e terceiro de negro uma estrela de ouro, de oito pontas; quarto de prata, uma Cruz de Cristo;
- Paquife e virol de prata e negro
- Timbre: um javali de negro, segurando nas patas dianteiras uma Cruz do Templo.
- Divisa: num listel de prata, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de estilo elzevir, maiúsculas, de negro: “SPIRITUS ET MENS IUBENT CORPUS”.
SÍNTESE DA SIMBÓLICA NAS ARMAS DA COMENDA DE TOMAR
CRUZ DA ORDEM DO TEMPLO – Constituía a nível esotérico um escudo espiritual de protecção na sua luta/combate interior, que transcendia os limites da matéria.
Cruz das 8 beatitudes, número da ressurreição, da harmonia e salvação foi utilizada como matriz geométrica na arquitectura da Ordem do Templo, de que é exemplo a Rotunda do Convento de Cristo em Tomar, cujo interior se pode inscrever num octógono.
A cor vermelha remete para o elemento fogo, o sangue, simbolizando os princípios da vida, força e vitalidade conduzindo à acção. Cor propícia à proteção dos perigos e malefícios, promessa de uma nova vida através do sacrifício.
CRUZ DA ORDEM DE CRISTO – Poderá à semelhança da Cruz Templária inscrever-se na geometria de um octógono onde as serifas das extremidades dos braços formam um ângulo de 45° com a base. No interior em posição concêntrica apresenta uma cruz menor de braços iguais, imaterial, símbolo do Cristo Solar, Luz do Mundo, fogo espiritual, um símbolo de transformação e ressurreição.
ESTRELA DE 8 PONTAS – O número 8 símbolo do eterno, movimento da espiral celeste, quando na horizontal será o símbolo do infinito, é visto como o equilíbrio cósmico. Na tradição cristã o oitavo dia seria o símbolo da vida eterna, após o Dia do julgamento Final, o da Ressurreição e regresso à Vida.
JAVALI – Símbolo da combatividade, invencibilidade e poder espiritual o conhecimento, pelo que heróis e reis dos textos lendários celtas o procuravam capturar, possuindo igualmente um caracter hiperbóreo, primordial, símbolo da classe sacerdotal. Na iconografia cristã representa por vezes Cristo.
É consensual entre os investigadores que a Ordem do Templo sempre manifestou interesse em possuir locais onde as energias Telúricas se manifestam com mais intensidade erigindo nesses pontos obras que perduram até aos nossos dias.
Chegando muitas vezes a efetuar permutas de terras ou mesmo a adquirir essas propriedades por valores muito superiores aos praticados na época, para as poderem ter na sua posse.
Facto que remonta ao tempo inicial da Ordem em Jerusalém onde permaneceram durante nove anos nas antigas cavalariças do Palácio de Salomão.
O Planeta emana um conjunto de energias que têm origem no seu núcleo e sobem perpendicularmente á superfície incorporando propriedades diferentes conforme o tipo de matérias e veios aquíferos subterrâneos que atravessam.
De salientar que por baixo da Senhora do Olival, passa uma linha de água como o atesta a existência um poço externo de bordadura octogonal.
As energias Telúricas afetam todos os seres vivos de forma positiva ou negativa em função do seu teor, obtido durante o seu percurso.
O espaço onde a mesma se encontra edificada seguramente já teria algum referencial de devoção desde os Celta Iberos e provavelmente anteriores a estes, os antigos desde os tempos imemoriais como o atestam a edificação de Menires e outros conjuntos, sempre buscaram estes pontos Telúricos, para a edificação dos seus locais sagrados.
Sendo certo que a mesma foi erigida sobre as ruínas de um Templo Beneditino, por São Frutuoso, na cidade de Nabância (cidade celebre entre os Romanos e Godos).
Com as invasões Sarracenas tudo foi arrasado.
É com este cenário que se depara D. Gualdim Pais quando chega ao local na sua prospeção para encontrar um local propício para a implantação da Ordem neste vasto território quase desértico que era delimitado pelos rios Mondego Tejo e Zêzere.
Tendo identificado o monte onde provavelmente existiam ruínas de um ponto de vigia Romana, assenta arraiais junto às ruínas do Templo arrasado.
Construindo sobre os escombros um novo Templo enquanto a 1 de Março de 1160 se iniciam os trabalhos de construção do Castelo.
Quando o Castelo passou a reunir condições para albergar os Cavaleiros do Templo os mesmos mudam-se para o novo local, no entanto no decorrer dos anos passados um já considerável conglomerado de pessoas se tinha juntado ao redor do espaço seguramente trabalhando na construção do Castelo e obtendo proteção da ordem contra os frequentes “Fuçados” que caracterizavam as incursões militares dos Mouros na época.
Os Templários então converteram o Templo em sede Paroquial com vigário sujeito á Ordem.
Nunca o deixando de o frequentarem e o proteger, tendo o mesmo permanente sobre o seu olhar nos caminhos de ronda do novo e possante Castelo do outro lado do Nabão.
Gualdim Pais é o primeiro mestre a ser lá sepultado seguindo-se-lhe mais 21 mestres até á extinção / transformação da mesma em Ordem de Cristo.
E tudo isto apesar de já existir a imponente Charola.
Com o tempo a Igreja vai sofrendo, o desgaste do tempo e das mudanças politicas ocorridas até que após várias iniciativas para a sua recuperação entra em cena Fr. António Lisboa que irá destruir todas as 22 tumbas dos Mestres do Templo e 7 dos Mestre da Ordem de Cristo, com elevado empenho, acabando o próprio por se fazer enterrar na Charola.
Sendo este Templo, com a sua simplicidade e singularidades encobertas, que com a Ordem de Cristo se torna a Igreja Matriz de todas as Igrejas erigidas em Africa, Ásia e Brasil. Dessa forma foi a igreja mais poderosa de Portugal por alguns séculos.
Chegando até aos nossos dias com modificações é certo, mas mantendo o seu frontal original e para os que consigam sentir, continuando a comunicar a linguagem dos símbolos e abertura dos sentidos.
Que como disse Fernando Pessoa:
Os símbolos ao princípio estranham-se, mas depois entranham-se!
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Ernesto Damião
Tomar 14 de Set.2022
Grande Priorado de Portugal da OSMTH
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Geral – Centro Hospitalar do Médio Tejo, E.P.E.
Av. Maria de Lourdes de Mello Castro, Apartado 118, 2304-909 Tomar
Tel. 249 320 100 (Tomar)
Estrutura da Comenda Tomar
Comendadoria: COMENDADOR – O Comendador,sob cuja direcção estavam as Províncias, preside e dirige os trabalhos da Comenda e por esta responde perante terceiros.
Chancelaria: CHANCELER – Coadjuva o Comendador e substitui este, na sua ausência.
Senescalaria: SENESCAL – Substitui o Comendador na sua ausência, sendo o responsável pelo Templo e pela política interna e zela pelo integral cumprimento dos ritos e regras na Comenda.
Secretariado: SECRETARIO – Secretaria todos os eventos da Comenda e responde pela escrituração dos livros oficiais.
Tesouraria: TESOUREIRO – Regista todos os movimentos financeiros da Comenda, efectua os pagamentos e, responde pela escrituração dos livros oficiais das contas da tesouraria.
Capelania: CAPELAO – Responsável durante as sessões rituais pela leitura das orações e pela fé na Comenda. Recebe as informações e coordena o auxílio aos desamparados e aos que sofrem.
Hospitaleiro: HOSPITALEIRO – A função principal do Hospitaleiro é administrar as campanhas sociais do Capítulo, porém, compete a este oficial toda a parte social, e não só as campanhas.
Referendaria: REFERENDARIO – Responsável pelo conhecimento e divulgação das leis e normas internas, assessorando o Comendador em todos os aspectos jurídico-legais.
Mestraria-do-Cerimonial: MESTRE DE CERIMÓNIAS – Responsável pelo protocolo e pela organização das reuniões e cerimónias rituais, coadjuvando o Comendador.
Porta-Estandarteria: PORTA ESTANDARTE – Responsável pela guarda e transporte cerimonial do Estandarte da Comenda Templária. Nas cerimónias, é sempre o primeiro da fila ritual.
Porta-Espadaria: PORTA ESPADA – Responsável pela guarda e transporte cerimonial da Espada do Comendador. Nas cerimónias, é sempre o segundo da fila ritual.