19 Set, 22

Igreja de Santa Maria do Olival: O portal energético de Tomar.

adminComenda de Tomar
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É consensual entre os investigadores que a Ordem do Templo sempre manifestou interesse em possuir locais onde as energias Telúricas se manifestam com mais intensidade erigindo nesses pontos obras que perduram até aos nossos dias.

Chegando muitas vezes a efetuar permutas de terras ou mesmo a adquirir essas propriedades por valores muito superiores aos praticados na época, para as poderem ter na sua posse.

Facto que remonta ao tempo inicial da Ordem em Jerusalém onde permaneceram durante nove anos nas antigas cavalariças do Palácio de Salomão.

O Planeta emana um conjunto de energias que têm origem no seu núcleo e sobem perpendicularmente á superfície incorporando propriedades diferentes conforme o tipo de matérias e veios aquíferos subterrâneos que atravessam.

De salientar que por baixo da Senhora do Olival, passa uma linha de água como o atesta a existência um poço externo de bordadura octogonal.

As energias Telúricas afetam todos os seres vivos de forma positiva ou negativa em função do seu teor, obtido durante o seu percurso.

O espaço onde a mesma se encontra edificada seguramente já teria algum referencial de devoção desde os Celta Iberos e provavelmente anteriores a estes, os antigos desde os tempos imemoriais como o atestam a edificação de Menires e outros conjuntos, sempre buscaram estes pontos Telúricos, para a edificação dos seus locais sagrados.

Sendo certo que a mesma foi erigida sobre as ruínas de um Templo Beneditino, por São Frutuoso, na cidade de Nabância (cidade celebre entre os Romanos e Godos).

Com as invasões Sarracenas tudo foi arrasado.

É com este cenário que se depara D. Gualdim Pais quando chega ao local na sua prospeção para encontrar um local propício para a implantação da Ordem neste vasto território quase desértico que era delimitado pelos rios Mondego Tejo e Zêzere.

Tendo identificado o monte onde provavelmente existiam ruínas de um ponto de vigia Romana, assenta arraiais junto às ruínas do Templo arrasado.

Construindo sobre os escombros um novo Templo enquanto a 1 de Março de 1160 se iniciam os trabalhos de construção do Castelo.

Quando o Castelo passou a reunir condições para albergar os Cavaleiros do Templo os mesmos mudam-se para o novo local, no entanto no decorrer dos anos passados um já considerável conglomerado de pessoas se tinha juntado ao redor do espaço seguramente trabalhando na construção do Castelo e obtendo proteção da ordem contra os frequentes “Fuçados” que caracterizavam as incursões militares dos Mouros na época.

Os Templários então converteram o Templo em sede Paroquial com vigário sujeito à Ordem.

Nunca o deixando de o frequentarem e o proteger, tendo o mesmo permanente sobre o seu olhar nos caminhos de ronda do novo e possante Castelo do outro lado do Nabão.

Gualdim Pais é o primeiro mestre a ser lá sepultado seguindo-se-lhe mais 21 mestres até á extinção / transformação da mesma em Ordem de Cristo.

E tudo isto apesar de já existir a imponente Charola.

Com o tempo a Igreja  vai sofrendo, o desgaste do tempo e das mudanças politicas ocorridas até que após várias iniciativas para a sua recuperação entra em cena Fr. António Lisboa que irá destruir todas as 22 tumbas dos Mestres do Templo e 7 dos Mestre da Ordem de Cristo, com elevado empenho, acabando o próprio por se fazer enterrar na Charola. 

Sendo este Templo, com a sua simplicidade e singularidades encobertas, que com a Ordem de Cristo se torna a Igreja Matriz de todas as Igrejas erigidas em Africa, Ásia e Brasil. Dessa forma foi a igreja mais poderosa de Portugal por alguns séculos.

Chegando até aos nossos dias com modificações é certo, mas mantendo o seu frontal original e para os que consigam sentir, continuando a comunicar a linguagem dos símbolos e abertura dos sentidos.

Que como disse Fernando Pessoa:

Os símbolos ao princípio estranham-se, mas depois entranham-se!

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Ernesto Damião

Tomar 14 de Set.2022